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Como entender o bem-estar dos dogos por meio do comportamento?


Se você já se pegou olhando para seu dogo e pensando “será que ele está feliz de verdade?”, saiba que essa é uma pergunta cada vez mais comum — e mais importante. Afinal, hoje os cães são parte da família, e cuidar do bem-estar deles vai muito além de comida e passeios.

Mas como saber, de forma prática e confiável, se um cachorro está mesmo bem?

Um artigo científico recente fez uma grande revisão das maneiras de observar o comportamento dos cães para avaliar seu bem-estar e suas emoções. O estudo analisou 39 pesquisas publicadas nos últimos 10 anos e identificou 9 grupos de comportamentos observáveis que ajudam a entender como os dogos se sentem.

Abaixo, traduzimos esse conteúdo para uma linguagem simples, com foco em tutores que querem conhecer melhor seus dogos e promover mais bem-estar no dia a dia.


1. Postura corporal: o corpo fala — e muito

A posição da cauda, das orelhas e o jeito como o corpo do dogo se movimenta ou se encolhe podem dizer muito sobre como ele está. Uma cauda erguida e relaxada pode indicar segurança, enquanto um corpo encolhido e uma cauda entre as pernas mostram medo ou desconforto. A postura “paralisada” (conhecida como freeze) também é um sinal importante e deve ser levada a sério.

Na Vila Dogo, nossas equipes são treinadas para observar essas nuances e adaptar o ambiente ou a interação de acordo com o estado emocional de cada cão.


2. Vocalizações: nem todo latido é igual

Latidos, choramingos, uivos e rosnados não são só “barulho”. Eles carregam emoção. Em muitas vezes, esses sons são sinal de estresse ou desconforto — especialmente quando são repetitivos ou fora de contexto.

Observar os tipos de vocalizações ajuda a entender quando o dogo está precisando de espaço, acolhimento ou mudança no ambiente.


3. Comportamentos orais: os pequenos gestos contam

Lambidas nos lábios, bocejos, mordidas no próprio corpo ou até mesmo a falta de apetite podem ser sinais de tensão. Bocejar, por exemplo, pode indicar cansaço — mas também pode ser uma forma de lidar com o estresse.

Na rotina do day care da Vila Dogo, esses detalhes fazem parte do que chamamos de leitura emocional dos cães — um pilar fundamental no nosso manejo positivo.


4. Sinais fisiológicos visíveis: quando o corpo reage

Alguns comportamentos relacionados ao sistema nervoso autônomo também são sinais de alerta: tremores, salivação excessiva, pupilas dilatadas, urina em momentos de estresse. Esses sinais são involuntários, e por isso são considerados bem confiáveis na leitura do bem-estar.


5. Outros comportamentos de estresse: quando algo não vai bem

Esse grupo inclui comportamentos como andar em círculos, levantar as patas repetidamente, coçar-se compulsivamente, tremer ou até mesmo respirar ofegante (sem esforço físico envolvido). Repetição é a chave aqui: se o dogo repete muito um comportamento aparentemente “neutro”, pode ser sinal de desconforto emocional.


6. Interação com o ambiente: explorar ou evitar?

Um dogo curioso, que fareja, explora objetos, se movimenta de forma variada e demonstra interesse pelo ambiente geralmente está com o bem-estar em alta.

Por outro lado, cães que evitam certas áreas, se escondem, ficam imóveis ou têm movimentações restritas podem estar com dificuldades emocionais — especialmente em ambientes novos ou desafiadores.


7. Interação com humanos e outros cães

A qualidade das interações sociais também diz muito. Um dogo que aceita carinho, se aproxima com interesse, olha nos olhos e responde a convites (como brincar ou pegar petiscos) mostra sinais positivos. Já a evitação, o afastamento ou o congelamento durante a interação podem indicar medo, insegurança ou desconforto social.

Esse é um dos aspectos mais observados por nossos monitores no hotel e no day care — inclusive para formar os grupos mais adequados para cada perfil de cão.


8. Expressão facial: sim, os dogos têm expressões

Olhos arregalados, sobrancelhas erguidas, orelhas para trás ou focinho contraído são alguns dos sinais de emoções que os cães demonstram no rosto.

Embora essa leitura exija mais treino, ela é cada vez mais reconhecida na ciência do comportamento canino — e também faz parte da nossa formação interna na Vila Dogo.


9. Avaliação geral: o conjunto importa

Algumas ferramentas de avaliação não analisam apenas comportamentos isolados, mas sim o conjunto da situação: o contexto, o histórico e a reação do dogo como um todo. Isso exige experiência e treinamento, mas pode ser bastante eficaz para identificar estados emocionais de forma mais integrada.

Na Vila Dogo, nosso trabalho é justamente esse: observar o dogo de forma ampla, respeitosa e personalizada — unindo ciência, prática e afeto.


10. Considerar a dor

Um dos principais fatores que alteram o comportamento e o bem-estar são os mais variados tipos de dor. Muitas vezes os cães não conseguem transmitir a presença de dor de uma forma clara, por isso talvez o mais importante quando observamos alguma alteração de comportamento sem explicação aparente é procurar por um veterinário e descartar qualquer questão de saúde antes mesmo de focar na melhoria dos comportamentos e do bem estar.


Conclusão: por que tudo isso importa?

Observar o comportamento dos cães é uma forma poderosa de cuidar da saúde emocional deles — especialmente em contextos onde exames ou medidores fisiológicos não estão disponíveis, como em casa, no passeio, ou no day care.

Estudos como esse mostram que o bem-estar dos dogos vai muito além de ausência de dor ou fome. O que realmente conta são as emoções positivas: brincar, explorar, interagir com liberdade e confiança.

E é exatamente isso que buscamos na Vila Dogo: oferecer ambientes seguros, enriquecidos e preparados para promover bem-estar de verdade — com base em conhecimento técnico, cuidado afetivo e atenção ao comportamento individual de cada dogo.


Seu dogo merece mais do que só “gastar energia”. Ele merece viver bem, com liberdade, segurança e felicidade. Traga ele para conhecer o nosso hotel ou nosso day care. Vamos cuidar dele com o carinho e a ciência que ele merece. 💛🐶



Referência científica do artigo base
de Winkel, T., van der Steen, S., Enders-Slegers, M.-J., Griffioen, R., Haverbeke, A., Groenewoud, D., & Hediger, K. (2023).Observational behaviors and emotions to assess welfare of dogs: A systematic review.Journal of Veterinary Behavior, Volume 69.https://doi.org/10.1016/j.jveb.2023.12.007
 
 
 

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